Eis aqui uma postagem minha feita em 2009, noutro blog meu, que agora aqui também compartilho.
Não cabe manifestação de ego no Aikido. É seu pré-requisito a intenção de desprendimento ao sentimento egóico.
Aikido é, acima de tudo, arte de iluminação, e a iluminação nunca se dá em benefício de um único ser. Lembremo-nos que O Sensei era extremamente religioso, e este sentimento foi fundamental na formação do Aikido.
Não há harmonia com a natureza, preso a uma vontade individual. A natureza não tem vontade…ela é. Assim devemos ser no Aikido, livres e flúidos. Se há vontade não há fluidez, não há harmonia, não há Aikido, que é o caminho da harmonia pela energia vital.
Levados por sentimentos adquiridos nas atividades esportivas, bem como no nosso meio social competitivo, preocupamo-nos em demonstrar destreza, conquistar graduações, obter destaque… Trabalha contra nossa prática a comparação com os outros, o objetivo de sermos os melhores. A busca da superação deve ser sobre nós mesmos. A melhora obtém-se no aperfeiçoamento, que requer desprendimento e entrega à prática. Portanto, não há entrega se há apego, que são opostos entre si.
No Aikido há reverências, submissões a regras e posturas, a conduções; há humildade.
Se nossa preocupação ainda é com a obtenção da graduação, a exibição da já conquistada, o aprendizado de uma técnica que nos faça bom em luta, talvez devamos tornar a buscar informações sobre a história do fundador, que migrou seus estudos da marcialidade para a espiritualidade, do Jutsu para o Do. Assim procedendo, talvez compreendamos o significado da arte por você escolhida, e sejamos praticantes mais tranquilos e felizes, entregue as rotações naturais.
Nesse sentido, a lição do fundador:
“A Arte da Paz é o remédio para o mundo doente. Há maldade e desordem no mundo porque as pessoas se esqueceram que todas as coisas vieram de uma única força. Voltemos para essa fonte, deixando para trás todo pensamento egoísta, desejos mesquinhos e raiva. Aqueles que não possuem nada possuem tudo”.
“Se você não tem nada que o ligue ao verdadeiro desprendimento. Você nunca entenderá A Arte da Paz”.
Ribamar Lopes
Foto: Michel Seikan – pensandozen.blogspot.com
Posted by alessandronobrega33 on 5 de setembro de 2011 at 10:56
Caro amigo,
Tomei a liberdade de republicar seu texto no blog http://www.aikidosantacruzrn.blogspot.com . Dessa forma outros adeptos dessa arte maravilhosa podem aprender um pouco mais. Todos os créditos foram dados. Espero não ter sido invasivo sem antes pedir sua permissão.
Posted by Ribamar Lopes on 5 de setembro de 2011 at 11:26
Caro Alessandro, fique a vontade. As experiências e expressões emitidas são mesmo para serem compartilhadas. Abraço.
Posted by Vinicius Brasil on 13 de setembro de 2011 at 13:44
Textinho legal 🙂
Posted by Ribamar Lopes on 14 de setembro de 2011 at 8:49
Valeu Vinícius.
Posted by O Ego e o Aikido – Por Ribamar Lopes | I M P R E S S Õ E S - A I K I D Ô on 20 de outubro de 2021 at 9:18
[…] Original em: https://mussubi.wordpress.com/2011/09/03/o-ego-e-o-aikido/ […]