Não julgo-me sensei, nem nunca arvorei sê-lo. Desde o primeiro dia que entrei num dojô, desejei treinar até o último dia da minha vida, e fazer o melhor que posso… mas ser intitulado sensei, nunca foi, nem é minha preocupação. Aliás, na vida, dou muito pouco valor a títulos…, é da minha personalidade entregar-se ao que faz, não pelo título, mas pelo “SER”. Certos títulos que consegui, já não dizem nada de mim, pois há tempos deixei a atividade, por não mais acreditar nela,…mas guardo a titulação, que não mais condiz à realidade. O que somos independe de certificações.
Hoje “ESTOU” instrutor… pois, afinal, conduzo o treino no pequeníssimo grupo que participo…, e tenho o aval da União Sulamericana para o exercício da função. Treino com meus colegas num grupo que iniciei por questões de praticidade e convicções pessoais. Estes devem me chamar de sensei, sim! Pois há uma questão de disciplina que se faz necessário. Mas somente eles!!! Alguns senseis da União Sulamericana quando me contactam, assim me chamam, mas por pura bondade e cortesia.
Também não tenho um negócio, nem concorrentes. Pratico aquilo que acredito, com a maior sinceridade possível, sem maiores pretensões, senão treinar e melhorar. Busco ser bom. Quero ir um dia ao Japão e conectar-me com as raízes da minha arte e fazer bonito lá. Quem sabe um dia até me torne um Sensei!? A vida é quem dirá! Não o título… não os dans…
Shoji Seki Shihan, em Guaramiranga no Ceará, por ocasião do XI Encontro Internacional de Aikido, promovido pela Federação Cearense de Aikido junto com a União Sulamericana, ao responder as perguntas dos que ali estavam, após o jantar, disse que um shodan poderia ser sensei. O mesmo verificamos da entrevista concedida a Jornalista Olga Curado, da APA, no blog do respectivo dojô. Portanto, estaria acobertado se quisesse a denominação. Eu mesmo, quando comecei a treinar não havia sandans (faixa preta de terceiro grau) no dojo que treinava. Adquiriram depois. E isso não os desmerecia.
O título diz; os atos mostram! Os títulos não escondem o que os atos revelam. Os títulos não desfazem o que os atos constroem.
Como caminhante, natural que eu adquira dans… não para acumular títulos, mas para delimitar marcos na minha caminhada. O instrutor vê-se vinculado à “essa progressão” que nada diz, se não vier acompanhada de atos.
Sou grato à União Sulamericana pela confiança que me é dada. Sou grato aos senseis que circulam pelo Brasil compartilhando conhecimento. Sou grato à Morihei Ueshiba por ter deixado junto com a prática, a sua filosofia, para que não haja dúvida qual a verdadeira busca do Aikido.