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4 dez
Agora inicio. Agora sou Shodan
Já havia lido e ouvido acerca do significado da palavra Shodan (sho – início, dan – grau). Agora, alcançado esse estágio, reflito acerca desta condição.
Depois de mais de sete anos, consegui ser agraciado com o primeiro grau de faixa preta. Início de um treino cada vez mais consciente; com aumento de responsabilidades quanto ao comprometimento, à observação dos princípios, da técnica, da ética, do interesse em compreender e ser. Portanto, agora que conhecido as letras, é hora de tentar a usá-las a fim de aprender a ler.
Tenho, no entanto, reservas em falar que o Aikido começa agora, em respeito aos meus companheiros nos primeiros kyus, de quem percebo tanto comprometimento e determinação. Meus parceiros de treinos iniciantes servem-me de inspiração. A dedicação por eles empenhada aumenta a minha responsabilidade. Sendo Sho o início, os kyus são a preparação para o início. Mas, prepara-se já caminhando. Portanto, a meu ver, shodan não é o começo, mas AINDA é o começo, contudo sob um novo enfoque de estudo.
Não é difícil estar consciente de estar começando, porque minhas dificuldades técnicas me revelam isto. Só eu sei como foi difícil meu exame. A chegada até o 1º Dan é um grande desafio posto afeta níveis físicos, psicológicos e emocionais. Todo praticante devotado almeja alcançar a escala de Dan; afinal como ser dedicado e não almejar evoluir e migrar a uma nova fase. Estamos sempre no início. Meu comprometimento ao Aikido me faz consciente disso. O Dan me conduz obrigatoriamente a um estudo mais profundo da minha arte, inclusive com todas as limitações do meu estágio de 1° grau, as quais pretendo, no decorrer da minha vida ultrapassar passo-a-passo; não por título, mas por desenvolvimento, que pode ou não ser reconhecido por titulação.
Em 2005 entrava eu na Academia Central de Aikido de Natal, e fui recebido pelo Sensei Gabriel. Eu como uma xícara cheia, cheguei com um repertório de palavras como Morihei Ueshiba, bokken, tanto, etc… Fui convidado a experimentar o treino, o que fiz no dia seguinte. Nossa como foi difícil!!!!! Tive então de esvaziar a xícara. E assim continuou por anos. Após alcançado o 2° kyu fui morar no interior em razão de trabalho. Fazia às 6 da manhã movimentos sozinho no quintal de casa (tai chi aiki) e suburis com jô e bokken, sob o olhar desconfiado de Lidiane, minha esposa, que nesta época não treinava. Passei pouco mais de um ano afastado. O retorno foi outro grande desafio em que cheguei a ver-me desestimulado, ainda que agora tivesse Lidiane treinando comigo – minha grande companheira. Encontrei o Sensei Tarciso e ofereci-me a treinar com ele. Foi um grande encontro. Solicitou que primeiro eu comunicasse oficialmente a mudança de dojo. A comunhão de idéias e ideais deu-me um novo alento. Passamos a estudar juntos eu, ele, Lidiane,… estava de volta ao caminho. A partir daí tenho-me reconciliado com o espírito marcial idealizado por Ô Sensei. Meus treinos é minha oração. A leitura tem-me dado suporte à sugestões para utilização na prática. Os vídeos sugerem-me movimentos. Criei o blog Mussubi para compartilhar os estudos, incentivado por Sensei Tarciso e conforme a orientação do Livro Aikido em três lições que diz “compartilhe quem você é”. O dojo que eu treino não é melhor do que nenhum, não é pior do que nenhum…é o lugar que eu me sinto evoluir, como todos aqueles que se sentem bem nos seus dojos, senseis e parceiros.
O meu exame é um episódio à parte. Não bastasse a dificuldade de enfrentar uma avaliação, de estar consciente de ser o único avaliado, de estar à frente do Sensei Matias de Oliveira, Secretário Geral da União Sulamericana de Aikido e ainda da Sensei Lilba Kawai, filha de Kawai Sensei (mestre com quem tinha sonhado uma semana atrás realizando meu exame), ocorreu de eu ser surpreendido pelas determinações do Sensei Matias em variar os ukes e movimentos de saídas numa sequência ali determinada; tive realmente o maior desafio na prática de Akido, que, se não fosse shugyo por qual passei durante meu treinamento, bem como das práticas de meditação que venho adotando, não teria suportado. Foram longos os vinte e poucos minutos passados. Mas felizmente fui aprovado.
Resta a agradecer ao Sensei Matias de Oliveira pelo desafio imposto, vez que não fosse esse modo avaliativo, nem eu mesmo saberia os meus limites. Declaro que foi uma HONRA ser avaliado por ele e nos termos exigidos. É essa experiência um marco na minha vida.
Assim, chego ao primeiro grau ciente quanto as minhas limitações, mas seguro da minha devoção ao caminho da harmonia e do desejo de galgar no aprendizado cujo caminho é sem fim. Devo isto à Ô Sensei Morihei Ueshiba que criou o caminho, a Kawai Shihan que trouxe o Aikido ao Brasil e, sua linhagem aqui no Rio Grande do Norte até chegar ao Sensei Tarciso Dantas, com as suas incansáveis orientações, à minha esposa Lidiane que comigo gastou o limo no lapidar, aos meus filhos sempre companheiros que se viram obrigados a nos acompanhar no processo de treinamento; aos meus pais, sempre torcedores para eu permanecer nos treinos, e por fim aos meus parceiros de Dojo.
A todos:
DOMO ARIGATÔ GOZAIMASHITA
2 jan
Aikido O desafio do Conflito
já li uma quantidade razoável de livros sobre Aikido. Alguns mais filosófisos, outros mais práticos, mais marciais, outros ainda sob o enfoque espiritual, bem como aplicado à realidade cotidiana extramarcial.
No entanto, dentre os vários, boa surpresa tive com “Aikido o desafio do conflito” de Masafumi Sakanashi Sensei. Sem pretensão de ser um manual ou tratado filosófico, é uma verdadeira conversa de mestre sob à luz da visão de uma vida doada ao Aikido. Traz a arte para a vida do praticante como forma de iluminar a estrada que conduz ao caminho para o desenvolvimento individual, numa abordagem de absoluta intimidade com o nosso cotidiano. Já é este um dos meus livros prediletos, o qual li e reli, e que gostaria de indicá-lo àqueles que vêem o Aikido além da prática física e para além do tatame, posto que sempre ao relê-lo me sinto mais firme entusiasmado na minha jornada no caminho da harmonia da energia.
11 nov
AIKIDO E MINHA VIDA
Por Sensei Tarciso Dantas
Publicado originalmento no site da Academia Central de Aikido de Parnamirim/RN
“Não enxergo como iniciar esta empreitada sem referenciar o nosso Kaiso em duas citações, que procuro refletir sempre que me encho de incertezas quanto às minhas ações e à continuidade da prática do Aikidô:
“Aikidô é para o mundo inteiro.”
“A força de um homem não está na coragem de atacar, mas na capacidade de resistir aos ataques. Desta maneira, prepare-se – através de meditação, exercícios, e uma profunda consciência de seus propósitos – para aguentar firme e continuar no caminho, mesmo que tudo e todos à sua volta procurem afastá-lo.”
O sentimento de um homem que enxergou, através de sua arte, uma possibilidade de comunhão para com o outro, mesmo em situações de conflito, tanto físico como psicológico, seu conhecimento e experiência em outras artes não o fez concluir que poderia vencer qualquer indivíduo, mas procurar protegê-lo.
Este caminho, é cheio de curvas, abismos e surpresas, caminho este que por si só é único para cada indivíduo, seja em sua busca para o aperfeiçoamento técnico ou espiritual, ou ambos… Todos temos razões particulares para a prática, onde as pessoas possam amadurecer com a continuidade da prática desta arte.
Ao citar “Aikidô é para o mundo inteiro”, acredito que o Fundador teve a preocupação de deixar claro que o Aikidô não é de ninguém, mas de todos. Todos aqueles que ao iniciar se comprometam em disseminar o Aikidô em sua plenitude, tanto a técnica quanto a filosofia.
“A arte da Paz começa contigo. Trabalha em ti mesmo e na tua apontada tarefa na Arte da Paz. Cada um tem um espírito que pode ser refinado e um corpo que pode ser treinado de alguma maneira, uma adequada senda para seguir. Estás aqui para nenhuma outra finalidade a não ser realizar a tua divindade interna e fazer manifestar a tua inata iluminação. Cultiva a Paz em tua própria vida e então aplica a Arte em todos aqueles que encontrares. ”
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Essa afirmação está repleto de um profundo sentimento de preocupação na disseminação da Arte pelo indivíduo e a prática da filosofia, de maneira que esta não deva ser posta de lado.
Meu encontro com o Aikidô aconteceu no ano de 2000 em Natal-RN, em cima de uma farmácia, onde naquele momento realizavam-se as aulas, pelo Sensei Rodrigo Calandra Martins. Local muito acolhedor, mas que se tornava pequeno para a quantidade de entusiastas do Aikidô. Este ambiente era rodeado por uma vidraça, situação que merecia uma presença de espírito mais apurada, para que não fôssemos projetados em cima dela. Os anos se seguiram e Sensei Rodrigo, deu prosseguimento à sua busca mundo afora pelo Aikidô e à própria vida. Assim como no Aikidô ele focava bastante o fluxo e a continuidade e assim o fez em sua vida. Deixou o labor da continuidade dessa tarefa aos atuais Sensei da Academia de Natal: Marco, Gabriel, Sérgio e James, os quais se revezam nos horários das aulas. É importante citar as diferenças de cada percepção dos que ali prosseguiram com este trabalho. Estas diferenças não são bem diferenças, mas diversidades do indivíduo que são únicas, de um mesmo foco que é o Aikidô. Estas diversidades fizeram fortalecer e proporcionar àqueles que ali estavam e tinham a oportunidade de treinar com todos eles, um misto de possibilidades de aprendizagem. O tempo foi passando, as buscas foram surgindo, os erros e acertos, pelo caminho acontecendo e novas perspectivas desenvolvendo-se. Em 2008 vislumbrei uma possibilidade de compartilhar o conhecimento adquirido, com a Polícia Militar do RN, e assim procurei colocar em prática, com o intuito não apenas de trabalhar movimentos para imobilizar ou conter, mas também de disseminar um entendimento para com o outro, mesmo que em situações de stress, manter um sentimento centrado postado de valores sobre os outros indivíduos, mesmo sendo infratores. Assim se concretizou durante todo o ano de 2008. Desafios e barreiras foram surgindo, alguns solucionados, outros nem tanto, o poder de adaptação é uma característica do ser humano e que nem sempre colocamos em prática. Esta é uma ferramenta que podemos desenvolver no Aikidô. A senda continua e no final de 2009, depois de algumas pessoas me procurarem, resolvi dar inicio às aulas de Aikidô no município de Parnamirim, cidade vizinha à cidade de Natal no RN. Formalizei com os Senpai com os quais treino, e dei prosseguimento ao projeto. Caminhada esta que veio a tomar corpo nos meados de 2011, quando adotou o nome de Academia Central de Aikidô de Parnamirim.
Dissertar sobre o tema: Aikidô e minha vida, é contemplar o passado, viver o presente e vislumbrar um futuro. É viver todas as experiências que a vida e o Aikidô me proporcionou e as que estão por vir, é rever, consertar, aprender com os erros, exercitar os acertos, comungar com as diferenças e às vezes deixar sem solução o que ainda não temos resposta, seja em nossas incertezas ou no convívio com todos aqueles que estão ao nosso redor.
As diferenças sempre irão existir, os acertos, erros, mas estas são as possibilidades que o universo nos proporciona para que possamos exercitar o Aikidô. Sem estas variantes não teríamos como procurar, alcançar a possibilidade de harmonia, confluência, entendimento, meio termos, das situações que criamos em nossa própria vida. Não me apeguei a termos que devemos exercitar no dia a dia dentro da conduta da prática do Aikidô, mas tentei me aproximar da intenção e desejo do fundador ao procurar disseminar esta arte no mundo.
Agradeço a todos que me deram a oportunidade de aprender, conviver, concordar, discordar, que foram geradores de sentimentos que influenciaram em minha prática e vida, alicerçados na filosofia do Aikidô.
O Aikidô é um dos meios de se harmonizar para com o todo, dele se valendo o auto-conhecimento e a prática física para o fortalecimento do corpo, sem distinções ou preconceitos de experiências técnicas e pessoais através de práticas sobre o tatame e em nosso cotidiano, se valendo desta experiência como ferramenta na condução para o aperfeiçoamento do nosso ser, neste mundo onde o corpo regride, mas o espírito poderá evoluir.”
Tarciso Dantas Gomes, graduado em Aikidô (Faixa-Preta 3º Grau – Sandan)
Dojo Central de Aikidô / Parnamirim – RN
15 out
AIKIDO
EM
TRÊS LIÇÕES SIMPLES*
SINTA ONDE VOCÊ ESTÁ
Sinta onde você está tenso.
Sinta onde você está relaxado.
Presença/Ritmo
RELAÇÃO DE HARMONIA
A essência do Aikido é a não-resistência.
Entre em sintonia com a situação
à medida que ele se apresenta.
Mova-se em Harmonia.
Adaptabilidade/Harmonia
COMPARTILHE QUEM VOCÊ É
Expresse a sua energia. Lidere.
Faça sua contribuição.
Permita-se ser visto.
Criatividade/Melodia
*MOON. Richard. AIKIDO EM TRÊS LIÇÕES SIMPLES. AIKI: O PODER DA HARMONIA. São Paulo. Cultrix. 2006, p. 20-21.
23 set
Aikido e o Voluntariado no Rio Grande do Norte
Projeto Aikidô da Escola Municipal São Francisco de Assis
O Projeto Aikidô é desenvolvido na Escola Municipal São Francisco de Assis, bairro de Nazaré em Natal/RN. Local de grande desigualdade social, presença de comércio informal e inúmeras vilas em condições semelhantes às favelas. A violência do bairro é uma constante na mídia Norteriograndense.
A necessidade de afastar as crianças de tais condições e terem na escola do bairro um refúgio seguro, foram as motivações para a implantação do Projeto Aikidô. O Projeto, além de aulas de Aikidô (arte marcial japonesa) que prega a harmonia, a cooperação, e a saúde corporal, também incentiva a escrita, a leitura e a nutrição. Com o patrocínio do Instituto Escola Brasil – Banco Santander – com a doação de Tatames e Kimonos e a ajuda de voluntários – Marcus Vinicius Andrade Brasil (Advogado) , Guilherme Augusto da Silva Lemos (Universitário), Mirela Monteiro (Universitária) e Mayra Liege da Silva Lemos (Nutricionista) – o Projeto saiu da teoria para a prática e já está em seu terceiro ano, atendendo uma média de 25 crianças com Aulas de Reforço, Recreação e Aikidô, todos os sábado a tarde, das 13h:30m às 17h:30m.
Os exercícios de Aikidô desenvolvem a disciplina, a saúde física e mental, coordenação motora, o alongamento corporal e a postura. A nutrição dos participantes foi revista por profissional voluntário do Projeto Aikidô assim como o acompanhamento pedagógico.
Após três anos de existência do Projeto Aikidô da Escola Municipal São Francisco de Assis observou-se que uma pequena ação pode trazer um grande resultado: melhora nas relações entre os alunos; melhoria da saúde e asseio; das relações sociais; na freqüência escolar e no afastamento da violência. Os voluntários aprendem dia a dia com as diversas exigências; a escola está mais participativa na vida do aluno e vice-versa e a relação entre sociedade/escola está reforçada.
A cada fim de semana o Projeto Aikidô caminha em frente, superando os obstáculos que se apresentam para melhorar a vida das crianças do bairro de N.S. de Nazaré.
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Projeto Aikidô
Escola Municipal São Francisco de Assis – N.S de Nazaré – Natal/RN
Av. Miguel Castro, 126, Bairro Nossa Senhora de Nazaré, CEP 59062-000
Fones: (84) 3232-4867, (84) 3213-2133 e (84) 9983-9443
Encontros todos os sábados das 13h:30m às 17h:30m
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Escola Municipal São Francisco de Assis – Natal/RN
Mais Fotos do Projeto Aikidô em: www.flickr.com/projetoaikidoemsfa
Extraído na íntegra do Blog Impressões
3 set
O Ego e o Aikido
Eis aqui uma postagem minha feita em 2009, noutro blog meu, que agora aqui também compartilho.
Não cabe manifestação de ego no Aikido. É seu pré-requisito a intenção de desprendimento ao sentimento egóico.
Aikido é, acima de tudo, arte de iluminação, e a iluminação nunca se dá em benefício de um único ser. Lembremo-nos que O Sensei era extremamente religioso, e este sentimento foi fundamental na formação do Aikido.
Não há harmonia com a natureza, preso a uma vontade individual. A natureza não tem vontade…ela é. Assim devemos ser no Aikido, livres e flúidos. Se há vontade não há fluidez, não há harmonia, não há Aikido, que é o caminho da harmonia pela energia vital.
Levados por sentimentos adquiridos nas atividades esportivas, bem como no nosso meio social competitivo, preocupamo-nos em demonstrar destreza, conquistar graduações, obter destaque… Trabalha contra nossa prática a comparação com os outros, o objetivo de sermos os melhores. A busca da superação deve ser sobre nós mesmos. A melhora obtém-se no aperfeiçoamento, que requer desprendimento e entrega à prática. Portanto, não há entrega se há apego, que são opostos entre si.
No Aikido há reverências, submissões a regras e posturas, a conduções; há humildade.
Se nossa preocupação ainda é com a obtenção da graduação, a exibição da já conquistada, o aprendizado de uma técnica que nos faça bom em luta, talvez devamos tornar a buscar informações sobre a história do fundador, que migrou seus estudos da marcialidade para a espiritualidade, do Jutsu para o Do. Assim procedendo, talvez compreendamos o significado da arte por você escolhida, e sejamos praticantes mais tranquilos e felizes, entregue as rotações naturais.
Nesse sentido, a lição do fundador:
“A Arte da Paz é o remédio para o mundo doente. Há maldade e desordem no mundo porque as pessoas se esqueceram que todas as coisas vieram de uma única força. Voltemos para essa fonte, deixando para trás todo pensamento egoísta, desejos mesquinhos e raiva. Aqueles que não possuem nada possuem tudo”.
“Se você não tem nada que o ligue ao verdadeiro desprendimento. Você nunca entenderá A Arte da Paz”.
Ribamar Lopes
Foto: Michel Seikan – pensandozen.blogspot.com
1 set
Meu olhar sobre o Aikido
Postado originalmente no portal da Academia Central de Aikido de Parnamirim.
“Aiki não é uma técnica para lutar com ou derrotar o inimigo. É o caminho para reconciliar o mundo e fazer dos seres humanos uma só família.” Morihei Ueshiba
Iniciei no Aikido no mês em março de 2005, na ACAN. Em que pese já ultrapassados 6 (seis) anos, minha prática passou por vários estágios – momentos de treinos mais intensos e outros com menos assiduidade. Ocorreu, inclusive, de eu me afastar por um ano e meio, período em que, por imposição do meu trabalho, fui morar no interior.
No entanto, nunca perdi o vínculo com o Aikido. No período em que estive afastado, teve ocasiões em que me acordava mais cedo para fazer suburis ou rever o kihon até o 2º kyu, que era minha graduação de então, tendo como único recurso a observação de vídeos e um software 3D de Aikido. Fazia inclusive sozinho inspirado no vídeo taichi aiki que encontrei no youtube.
Passados três anos, retornei à academia, trazendo junto a minha esposa, a grande parceira nessa caminhada. Durante esse percurso acrescentei à minha concepção outras práticas, marciais ou não. Meus treinos, no entanto, continuaram sem o ritmo intensificado, de modo que não tenho sido um praticante modelo. Tanto que ainda estou no 1º kyu, após todo esse tempo.
Acredito, no entanto, que estou, agora numa nova fase, buscando, finalmente, o meu aprimoramento, depois de, mais uma vez, analisar os fins do Aikido.
Segundo Masafumi Sakanashi, “cada pessoa está capacitada, de acordo com o momento de sua vida em que se encontra para aprender certas coisa e outras não”, acrescentando ainda que “a pessoa está em condição de dedicar-se autenticamente à prática do Aikido ou que não chegou o momento”.
Quero crer que finalmente percebo o significado da frase de O sensei já transcrita:
“Aiki não é uma técnica para lutar ou derrotar o inimigo. É o caminho para reconciliar o mundo e fazer dos seres humanos uma só família.”
Confesso que algumas vezes senti-me em situação difícil quando praticantes de outras artes, e não foi somente uma vez, me perguntam por que treino Aikido.
Já me vi por várias ocasiões pesquisando acerca de opiniões sobre os fins, bem como a eficiência do Aikido.
Hoje, talvez pela prática simultânea de outra arte marcial, tenho uma visão, para mim, mais clara acerca dos fins do Aikido. O Aikido é uma arte de burilamento. É um instrumento de aperfeiçoamento do indivíduo, assim como a cerimônia do chá, busca o aprimoramento espiritual com sua etiqueta. No entanto, distingue-se o Aikido desta por ter como instrumento a técnica marcial.
Importante observar, no entanto, que não haverá como lograr êxito no intento espiritual sem o domínio do instrumento, que no caso é o marcial. Embora não seja o fim último do Aikido buscar a defesa pessoal, faz-se imprescindível dominar suas técnicas defensivas para se alcançar o refinamento do espírito.
Poder-se-ia perguntar: mas arte marcial sem fim último de defesa?!
É isso mesmo! Então qual seria o objetivo do Iado? Defender-se de ladrões ou inimigos com a espada?
Quero crer que esta concepção move minha prática atual, dotado do foco na atenção da perfeição marcial, para se alcançar o espírito. Interessa-me, nessa nova fase, agora treinando na Academia Central de Parnamirim, treinar, treinar, repetir e repetir.
A perfeição é o fim, a defesa é o bônus e a graduação é conseqüência.
De posse dessa visão, mais do que nunca curvo-me a O sensei e sua arte e, agradeço aos senseis que a fizeram chegar até mim, bem como aqueles que auxiliam na sua propagação.
Domo Arigatô Gozaimashita.
Ribamar Lopes 1º Kyu
5 jul
ISMA WT – NATAL
A ISMA NATAL é a representação, no nosso Estado, da Sociedade Internacional de Artes Marciais (ISMA), fundada pelo Grão Mestre Hans Remmel em 02 de abril de 2006 na Alemanha, após desligar-se, junto com sua equipe, da EWTO (European Wing Tsun Organization), estando representada na América do Sul, com sede em Maceió, pelo Sifu Andreas Geller (5° Grau de Mestre), ambos alunos diretos do Grão Mestre Kernspecht, que recebeu seus conhecimento do Grão Mestre Leung Ting, este discípulo direto de Grão Mestre Yip Man, o pai do WyngTjun moderno.
O WyngTjun é uma forma de Kung Fu desenvolvido por uma monja budista há 300 anos na China, que utiliza-se de movimentos lógicos, a fim de garantir sua real eficácia em luta, buscando um sistema simples e direto, descartando-se os movimentos desnecessários, posições complicadas ou técnicas exuberantes.
O treinamento de Wyng Tjun consiste de técnicas para distâncias diferentes de combate que são ensinadas à medida que o aluno evolui nos treinos.
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Distância de Chute |
Distância de Socos |
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Distância de joelhos e cotovelos |
Distância de Agarramento |
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Luta no Chão |
Atualmente a ISMA conta com mais de 40 escolas em diversos estados brasileiros, sendo o Sihing Kelver Alves o único representante dessa organização no Rio Grande do Norte.